segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Confissões


Por ocasião de uma missa do sétimo dia celebrada em memória de uma familiar, dei comigo a interrogar-me sobre todo aquele ambiente que me rodeava.

Fui criado e tive uma educação católica. Frequentei a catequese, celebrei a primeira comunhão, continuei o meu percurso com a comunhão solene e encerrei com o crisma. E acompanhava os meus pais à missa dominical, cujo ritual observava sem especial devoção. Foi esta ausência de devoção que me levou um dia a comunicar que deixaria de ir à missa, para desgosto da minha mãe, mais do que do meu pai, que não era, neste campo, particularmente dado a ortodoxias.

Recordo-me de que, naquele domingo, justificando a minha posição, expliquei que a celebração na qual queriam que participasse, uma repetição mecanizada de gestos e de palavras, não me dizia nada.

Se ser-se católico implica a frequência da missa semanal, então, nesse dia, deixei de o ser. Ou, pelo menos, passei a ser um católico não praticante, mesmo que considere esta afirmação conceptualmente contraditória.

Ao contrário das outras correntes cristãs, gosto da maneira como, nos nossos dias, a religião católica se relaciona com os seus fiéis, não lhes exigindo grandes profissões de fé. É tolerante e aberta à discussão. E gosto sobretudo das suas obras no campo da solidariedade social.


Mas penso que algo terá de mudar na maneira como são celebrados os seus rituais quase sempre desligados do mundo em que vivemos.



1 comentário:

Luísa A. disse...

Concordo. Sou liminarmente contra rituais! 8-[