terça-feira, 27 de julho de 2010

Blue Rose



Manifesto contra a gritaria que por aí se ouve...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Formiga e as suas Cigarras

Retirado da edição on-line do "Jornal de Noticias" de hoje:

A agência Bloomberg escreve hoje, quinta-feira, que o antigo ditador António de Oliveira Salazar poderia ser recordado como o melhor investidor que Portugal já teve, caso o banco central autorizasse o país a beneficiar das suas reservas de ouro.

Em proporção com o tamanho da economia, Portugal armazena mais ouro que qualquer outro país na Europa, a maioria do qual acumulada durante os 36 anos da ditadura de Salazar com poupanças e o dinheiro das exportações portuguesas, incluindo volfrâmio (tungsténio) e da indústria conserveira.

Segundo a Bloomberg, a valorização de 26% do ouro nos últimos anos faz com que Portugal detenha um activo cada vez mais valioso, ainda que seja um recurso ao qual um governo endividado como o português não pode recorrer, devido às leis que regem o Banco de Portugal.

O ouro de Portugal é gerido pelo Banco de Portugal, cuja regulamentação indica que os ganhos procedentes das vendas de ouro têm de ser colocadas numa conta e não podem ser transferidas para o tesouro público.

Chamem-lhe parvo. A formiga bem sabia o tipo de cigarras que governava...!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Justiça de Fafe


Nestes tempos de crescente materialismo, em que muitos, com manifesto orgulho, se afirmam ateus ou agnósticos, a chamada silly season televisiva proporcionou-nos, há dias, imagens que quase pareciam tiradas de um qualquer romance de Camilo. A notícia era de que o Episcopado teria decidido afastar da paróquia de Fafe o padre - de que apenas fixei o apelido Lopes - que «pastoreava o rebanho» local há mais de 25 anos. Mas a notícia só ganhou estatuto de notícia porque nem o Episcopado, nem, pelos vistos, a televisão, contavam com a reacção popular à dita decisão, reacção que não hesito em comparar, senão nos efeitos, pelo menos na emotividade, à velhinha revolta da Maria da Fonte.

A população, maioritáriamente constituída por mulheres - mas não destituída de uma representação masculina digna, possivelmente assegurada pelos respectivos cônjuges -manifestou o seu desagrado com a resolução episcopal de forma muito expressiva (e impressiva!), indo ao ponto de alugar autocarros para uma concentração em frente à respectiva sede, em Braga, e aí gritar a plenos pulmões: «Queremos o Padre Lopes! Queremos o Padre Lopes!» Ouviram-se ameaças de exposição do assunto ao Vaticano. E houve mesmo uma tentativa de invasão do edifício para forçar a revisão do caso, sugerindo uma desassombrada e já entradota moçoila para os ecrãs que, se as circunstâncias o exigissem, se pregasse com um valente par de «galhetas» no responsável pela decisão.

O Episcopado - presumo - não voltará com a palavra atrás. Mas fez-me bem à alma verificar que nem todo o nosso povo «dorme»; e que o português ainda mostra sangue na guelra se lhe pisam alguns... infelizmente não todos os calos.